terça-feira, 22 de julho de 2008

O juiz, o pai e o amor



"Um jovem é levado diante de um juiz por dirigir embriagado. Quando seu nome é anunciado pelo meirinho, percebe-se um suspiro no tribunal - o réu é o filho do juiz! O juiz espera que seu filho seja inocente, mas a evidência é irrefutável. Ele é culpado.
O que o juiz pode fazer? Ele é pego num dilema entre a justiça e o amor. Uma vez que seu filho é culpado, merece punição. Mas o juiz não deseja punir seu filho por causa do grande amor que tem por ele.
Relutantemente anuncia:
- Filho, você pode escolher entre pagar uma multa de R$ 5.000,00 ou ir para a cadeia - o filho olha para o juiz e diz:

- Mas, pai, eu prometi que vou ser bom de agora em diante! Serei voluntário no programa de distribuição de sopa aos necessitados.Vou visitar uma pessoa de idade.Vou abrir uma casa para cuidar de crianças que sofreram abuso. Nunca mais vou fazer outra coisa errada denovo! Por favor, dexe-me ir! - implora o filho. Nesse momento, o juiz pergunta:

- Você ainda está bêbado? Você não consegue fazer tudo isso. Mas mesmo que pudesse, os seus atos bondosos futuros não podem mudar o fato de que você já é culpado por ter dirigido embriagado.
De fato, o juiz percebe que
boas obras não podem cancelar más obras. A justiça perfeita exige que seu filho seja punido por aquilo que fez. Sendo assim, o juiz repete: - Sinto muito, meu filho. Assim como eu gostaria de permitir que você fosse embora, estou atado pela lei. A punição para esse crime é pagar R$5.000,00 ou ir para a cadeia - diz o juiz. O filho apela a seu pai:
- Mas, pai, você sabe que eu não tenho R$ 5.000,00. Deve existir outro maneira de evitar a cadeia!
O juiz levanta e tira sua toga. Desce do seu lugar elevado e chega no mesmo nível em que está seu filho. Olhando bem direto em seus olhos, põe a mão no bolso e tira R$ 5.000,00 e estende ao filho. O filho está surpreso mas ele entende que existe apenas uma coisa que pode fazer para ser livre: aceitar o dinheiro. Não há nada mais que possa fazer. Boas obras ou promessas de boas obras não podem libertá-lo. Somente a aceitação do presente gratuito de seu pai pode salvá-lo da punição certa."

Norman Geisler e Frank Turek

(Isso te lembra alguma coisa?)



terça-feira, 8 de julho de 2008

Quem você quer ser?

Chega uma hora em que você sabe que tem que aceitar. Há uma hora em que você precisa parar de esperar. Saber que você deve enfrentar os planos que você não vai realizar, olhar para eles com toda a sinceridade que você tem e ser forte o bastante para conseguir colocá-los de lado, e com plena consciência do que está fazendo. Precisa olhar para si mesmo e reconhecer que isso significa mudar as expectativas, desistir de alguns sonhos, coisas e pessoas e aceitar a frustração sem medo, sem se esquivar da dor que você precisa sentir. É ter coragem de abandonar uma história, deixar um passado que você ama ou pensa que ama. É ter ousadia pra começar outra história, errar menos e acertar mais com alguma experiência que você já tem, tudo sem a cobrança dos outros e melhor ainda, sem a sua própria cobrança. Porque afinal, na vida sempre teremos algo para nos envergonhar ou orgulhar, para lembrar ou esquecer; somos obrigados a conviver com as nossas escolhas, com os erros e os acertos todos os dias. E só você pode definir o que vai viver, os lugares por onde vai passar. Só você pode definir o tipo de pessoa que quer ser.

Rebeca Prado ®

domingo, 22 de junho de 2008

De volta ao começo


Às vezes se tem a estranha sensação de que não resta mais nada a fazer, que todas as possibilidades, que todas as palavras, de algum modo não funcionam mais, não funcionam como antes, se esgotaram. E assim, nesses momentos de silêncio invisível, impregnado na garganta, na caneta e na alma, eu começo a me lembrar. Então lembro de mim, lembro de você e de quem éramos e acabo percebendo que há sempre mais, que há um grande esforço que temos que abraçar todos os dias. Porque as coisas não são fáceis e ninguém jamais nos disse que seria.

Mas talvez nada seja tão impossível assim, talvez ainda não seja tão tarde para qualquer coisa. Talvez tenhamos apenas nos perdido ou, talvez, ainda tenhamos um ao outro mas não sabemos o caminho de volta. Talvez tenhamos ignorado detalhes, andado em círculos, passado por nós mesmos. Talvez tenhamos permanecido estagnados, contidos pelas dúvidas que tínhamos enquanto a nossa única certeza, como um corpo tentando se livrar da gravidade, tentava nos empurrar para frente. Mas nós permanecemos parados. E talvez estejamos ainda paralisados, esperando qualquer coisa acontecer, sem saber.

Talvez nós tenhamos mudado com o passar do tempo e já não nos reconhecemos mais, quem somos, quem fomos; somos apenas rostos estranhos. Mas talvez nós ainda sejamos nós mesmos, querendo as mesmas coisas e sonhando os mesmo sonhos e, se isso for verdade, segure minha mão e me leve de volta, vamos voltar para o começo.
Rebeca Prado ®

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Pensamentos a respeito da vida


"É melhor ir a uma casa onde há luto do que ir a uma casa onde há festa, pois onde há luto lembramos que um dia vamos morrer. E os vivos nunca devem se esquecer disso. A tristeza é melhor do que o riso, pois a tristeza faz o rosto ficar abatido mas torna o coração compreensivo; Quem só pensa em se divertir é tolo; quem é sábio pensa também na morte. (...) O fim de uma coisa vale mais que o seu começo. A pessoa paciente é melhor que a orgulhosa. Controle sempre o seu gênio; é tolice alimentar o ódio. Nunca pergunte: 'Por que será que antigamente tudo era melhor? Essa pergunta não é inteligente. Todos neste mundo devem ser sábios. Ter sabedoria é tão bom como receber uma herança. A sabedoria é melhor do que dinheiro. A vantagem da sabedoria é que ela conserva a vida da gente. Pense no que Deus faz. Quem pode endireitar o que Ele fez torto? Quando as coisas correrem bem, fique contente; quando as dificuldades chegarem, lembre disto: é Deus quem manda tanto a felicidade como as dificuldades, e a gente nunca sabe o que vai acontecer amanhã."

Eclesiastes 7


quinta-feira, 1 de maio de 2008

Cuide tudo que for verdadeiro


A vida sem freio me leva, me arrasta, me cega
No momento em que eu queria ver
O segundo que antecede o beijo
A palavra que destrói o amor
Quando tudo ainda estava inteiro
No instante em que desmoronou

Palavras duras em voz de veludo
E tudo muda, adeus velho mundo
Há um segundo tudo estava em paz

Cuide bem do seu amor
Seja quem for

E cada segundo, cada momento, cada instante
É quase eterno, passa devagar
Se o seu mundo for o mundo inteiro
Sua vida, seu amor, seu lar
Cuide tudo que for verdadeiro
Deixe tudo que não for passar

domingo, 13 de abril de 2008


"Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros."


Outra bela frase de Clarice, minha preferida (se possível for ter uma preferida).

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Fácil ?

Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.
Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.
Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz.
Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer ou ter coragem pra fazer.
Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende. E é assim que perdemos pessoas especiais.
Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.
Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto. Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.
Fácil é dizer "oi" ou "como vai?"
Difícil é dizer "adeus", principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...
Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.
Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.
Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só.Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar, e aprender a dar valor somente a quem te ama.
Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência, acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas. Fácil é ditar regras.
Difícil é seguí-las.Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.
Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta ou querer entender a resposta.
Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.
Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma, sinceramente, por inteiro.
Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.
Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém, saber que se é realmente amado.
Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.

Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.

Drummond
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perdão pela falta de tempo, gente.
espero que gostem do texto assim como eu gostei ;D


domingo, 30 de março de 2008

Anônimos


Uma conversa boba durante uma explicação de alguma matéria
há algumas semanas, na escola, me fez pensar sobre o assunto seguinte...

'Há quem prefira famosos.
Há quem ame o fato de ter conhecido, conversado, tocado ( tudo mais do tipo) pessoas conhecidas por muitas outras pessoas; há até quem se sinta importante por ver alguém importante e se gabe disso.
Mas conhecer alguém conhecido por todos? Definitivamente não tem tanta graça.

Eu, bem, gosto mesmo é de desconhecidos.
Eu gosto de rostos estranhos, comuns, rostos cheios de anonimato. Rostos perdidos nesse imenso e profundo mar de faces que vemos todos os dias. Eu gosto de gente normal.
Gente que em meio de tantas outras pessoas, eu tive o prazer de conhecer, tenho o prazer de conviver.
O prazer de dividir meu dia, minhas palavras, os meus sonhos, meus medos e até os meus problemas.
Gente em quem posso ver a mim mesma.

Há anônimos que eu amo tanto e que não trocaria por nenhum famoso.
Eu tenho muito orgulho disso, eu tenho muito orgulho deles...'
Rebeca Prado ®
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... e depois de duas semanas novamente, aqui estou =)
sem tempo pra igreja, nem pra estudar, nem pra net...
mas enfim, estou me preparando para realizar um dos meus sonhos ^^
estou fazendo o possível para não sumir daqui e não abandonar meus amigos.
Sim, AMIGOS que eu amo muito por sinal!
(Se você não acredita, peço educadamente que poupe-me de suas opiniões, por favor).

Eu sei que tudo vai se ajeitar, citando João Ricardo ;D

sexta-feira, 14 de março de 2008

Duas semanas sem postagens.
Falta de tempo, vontade ou de alguma boa idéia? Não sei, talvez as três, talvez nenhuma.

O fato é que estou aqui, escrevendo.
Tenho boas mensagens no rascunho, guardadas - e vão ficar por lá pelo menos por mais um dia. Eu preciso escrever, preciso estar aqui para escrever. Sem preparo algum ou frase pré- pré-fabricada; quero apenas despejar aqui minhas palavras, mesmo que sejam sem sentido e desfiguradas, mesmo que não façam-me compreendida. Hoje não quero ser compreendida.

Talvez a partir de agora eu escreva assim e somente assim, sem mais ensaios ou preocupações.
Sem aquela ânsia pelo perfeito inalcançável. Estou aprendendo...


'Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada...
Porque
no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro...'
Clarice

E mais uma vez ela diz o que eu quero dizer e não consigo.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Um ato de fé

And I will walk on water, and You will catch me if I fall
And I will get lost into Your eyes, and everything will be all right
And everything will be all right
I know you didn't bring me out here to drown
Posso até colecionar várias dúvidas...
Posso até desconhecer tantas coisas...
Mas eu sei, eu sei que há alguém para me segurar,
há alguém para me ouvir quando eu gritar,
há alguém para me salvar quando a água me cobrir.
Porque eu sei que não nasci para me afogar,
eu nasci para andar sobre a água, nasci para voar.
Loucura dizer isso tudo?
Eu chamaria de um ato de fé.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Eu sei, mas nao devia!

Texto graaande, mas leiam.
Não é meu, mas é bonito... ou não...
O fato é que a gente cede e se acostuma
com o bonito, com o feio, enfim... eis o texto

EU SEI, MAS NÃO DEVIA'
Marina Colasanti
Eu sei que a gente se acostuma.
Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora.A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

(...)

A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado.

(...)

A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Perspectivas


'Why can't you see that freedom is sometimes just simply another perspective away?'


Às vezes tudo parece certo, imutável, absoluto.
Parece.

Às vezes nos limitamos. Às vezes precisamos mudar, abandonar nosso antigo modo de pensar.Trocar nossas velhas e empoeiradas lentes, para vermos o outro lado das situações, aquilo que precisamos ver e muitas vezes o que nao queremos. Citando Fernando Pessoa: Modificar o nosso conceito do mundo é modificar o mundo para nós.

Opiniões diferentes nem sempre significam uma certa e outra errada. Poucos entendem isso. São apenas modos diferentes de se ver a mesma coisa, ângulos que se complementam... é preciso saber respeitar, expor e não impor as idéias.

Opiniões. Várias maneiras de ver o mundo, de senti-lo...

sábado, 2 de fevereiro de 2008


Precisa-se de um amigo

Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.

Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.

Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.

Vinícius de Moraes


*Encontrei isso num blog por aí. Achei simplesmente sensacional.
Espero que gostem também (Y)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

'When you’re gone colors seem to fade'


Amo o fato de eu poder te levar aqui comigo pra onde quer que eu vá.
Mas eu sinto sua falta quando a nossa distância parece ainda maior,
quando eu sinto que não estamos o mais próximo que podemos.
Eu sinto saudade o tempo todo e não me envergonho de dizê-lo.
Todas as cores desbotam assim que você se vai...
Elas se tornam vazias de significado quando não o tenho aqui,
quando não trocamos nossas palavras, nossos risos e até nosso silêncio gráfico.
Promete que sempre vai voltar, promete?
Promete que sempre trará de volta consigo a graça das coisas...
todas as cores que eu vejo e que somem quando você se vai.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008


'O bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente... e não a gente a ele!'


Quem disse foi Mário Quintana e eu acho que ele estava certíssimo; ele percebeu a essência da coisa, e não estou falando apenas sobre 'o poema ler a gente' mas sobre o que isso significa. Significa que não importa o quanto você sabe sobre determinado assunto, sobre a vida ou sobre as pessoas, não importam os títulos que você tem. Nossa maior necessidade é (e sempre será) a de sermos compreendidos.

Não precisamos de alguém que sempre concorde com a gente, apenas alguém que diga: eu sei como se sente.

Todos nós precisamos de um coração para nos entender, de uma mão para segurar...




sexta-feira, 18 de janeiro de 2008



"Promete que comigo será feliz,que mesmo essa distância não vai roubar você de mim...
quanto tempo mais vou aguentar ficar sem te abraçar?"


As minhas maiores saudades não são das coisas que eu perdi, das situações que mudaram ou das pessoas que simplesmente se foram. Eu sinto falta é daquilo que eu ainda não tenho, sinto falta dos meus sonhos na realidade, sinto falta do que eu ainda não pude fazer. Eu acredito que essa seja uma das sensações mais fortes e brandas que nós temos, uma sensação de insatisfação e esperança.

Eu sinto falta do abraço que eu ainda não te dei, sinto falta das mãos que eu nunca toquei e entrelacei nas minhas, sinto falta das palavras que eu ainda não disse olhando dentro dos seus olhos...

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008


INDIFERENÇA

O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.
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Não... o texto não é meu...

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008


A postagem estava quase pronta, mas mudei de idéia e comecei outra =]
Vendo os álbuns de fotografia eu achei essa foto. Foi tirada em 07/01/1998, há exatamente 10 anos.

Nós somos o retrato do tempo que passa

sábado, 5 de janeiro de 2008


Primeira postagem... espero que eu tenha paciência pra fazer isso aqui durar =)

Estive meio que de férias de tudo isso, senti muita falta desse mundo virtual mas já tão real para algumas pessoas como eu. Mas tenho que confessar que este meu auto-exílio (se posso assim chamá-lo) me fez definitivamente bem. E agora, mais até do que antes, sinto que era exatamente disso que eu precisava.

Sabe por quê? Porque eu acredito nós mesmos nos permitimos juntar pedras durante o caminho, pedras pesadas e aparentemente necessárias. Pedras como o ciúme, a rejeição, a frustração, a decepção. Mas o pior é que achamos que precisamos delas e inevitavelmente nos cansamos. Nessa hora é preciso parar. Não para permanecermos estagnados e sem perspectiva alguma, mas para recomeçar. Para pôs as idéias no lugar, lembrar (ou descobrir) quem você realmente é, redefinir os planos e principalmente, jogar as pedras fora. É necessário estar sozinho de vez em quando, ter um tempo apenas para você e nada mais.

E é aí, nesse tempo de diálogo interior, que nos damos conta do que nos é realmente necessário: coisas, situações, planos, sonhos... mas principalmente as pessoas. Pessoas às quais a gente se acostuma e muitas vezes nem percebe o valor. Sempre li isto embora nunca tivesse acreditado: é na solidão que percebemos algo que raramente percebemos na companhia: o nosso próprio valor, o valor das pessoas e a necessidade que temos delas. Todos deveriam passar um tempo sozinhos para compreender isso.

Mas a melhor parte é voltar à ativa totalmente reciclada e revigorada. Ver os amigos te recebendo com os braços abertos, com a mesma alegria e carinho de sempre (ou ainda maiores), dizendo que sentiram sua falta, suas conversas e sua companhia mesmo que virtual (mas eu insisto em dizer 'real'). É realmente muito bom perceber que se é querida, amada e estimada, não por todos, mas por aquelas pessoas a quem você faria o mesmo. Eu só tenho a agradecer à todos vocês e para isso eu sinto mesmo a necessidade de escrever todos os nomes aqui:

Callebe, João, Danilo (é o onlye =]), Cláudinha, Dan (é o DAssis =]), Marcos, Guilherme. Me perdoem se esqueci de alguém.

Tudo tem o seu tempo. Idas e vindas, amores e desamores. Amizade. Força e sensibilidade. Eu posso definir tudo isso com a frase de uma amiga minha:

"Aprendi com a primavera a me deixar cortar. E a voltar sempre inteira." (Cecília Meireles)